Sobre

Texto Curatorial

Inês Moreira e João Paulo Rapagão são os Comissários da 4ª Edição

O OPEN HOUSE PORTO é um acontecimento que move anualmente as cidades de Matosinhos, Porto e Gaia ao revelar arquiteturas de qualidade excecional e original, habitualmente vedadas ao grande público. O foco curatorial da quarta edição aponta para arquiteturas de utilização industrial e para aquelas de sustentação das suas atividades, sejam de produção ou de habitação, mas também de vocação institucional, seja social ou cultural, numa demonstração clara de que as cidades que herdámos souberam assimilar e conciliar a indústria com os diversos usos que as estimulam e mobilizam.

Abrem-se arquiteturas abandonadas, revelam-se outras renovadas ou revalidadas por usos compatíveis e úteis para o futuro, respeitando a memória e a história, tanto na sua dimensão simbólica como enquanto matéria- -prima para as novas intervenções. Entre estes dois limites de atuação dos arquitetos, ora preservando ora transformando, oferece-se a visita a obras com abordagens diferenciadas, propondo alargar os debates que hoje decorrem sobre a transformação das cidades, crescentemente assediadas pelo turismo.

Esta edição procura ainda desmistificar e desmontar tabus sobre a industrialização e a desindustrialização presentes nas três cidades. Os 65 espaços selecionados são, por isso, prova da sua validade e de diversas viabilidades arquitetónicas, atuais e futuras. Tantas vezes, foi da industrialização o salto de modernidade e urbanidade, de afirmação e de promoção de cidade, a razão de introdução e atualização de infraestruturas e, também, de mobilidade, de vitalidade identitária ou de crescimento demográfico. As indústrias atuais são de novo estimulantes para as cidades, atraindo variados usos habitacionais, comerciais, sociais e culturais, e outras formas de revitalização que interessa perceber e promover para garantir a diversidade e a qualidade da urbe.

Espelhando a heterogeneidade atual, em Matosinhos divulgam-se grandes infraestruturas e fábricas em laboração, a par da reputada arquitetura portuguesa moderna. Em Gaia revelam-se reconversões de caves de vinho do Porto e de armazéns industriais históricos ao longo da marginal. No Porto mostra-se a multiplicidade de programas patrimoniais e funcionais recentes em diferentes escalas e estados de conservação, das fábricas às casas de ilha, das tipografias às oficinas, dos clubes aos hotéis, dos serviços às tecnologias de topo, dos palácios às indústrias, afirmando, sempre, a sua grandiosidade, dignidade e legitimidade. Abrem-se, ainda, nas três cidades, infraestruturas civis e militares instaladas com a industrialização e que hoje operacionalizam o dia-a-dia da área metropolitana: meios de transporte e comunicação, hospitais, quartéis, uma ponte ou um cemitério.

A industrialização é um motor de urbanidade e, perante a perspetiva de desaparecimento dos vestígios industriais, importa considerar que muitos locais recorrem hoje às novas tendências tecnológicas e informáticas, atualizando a ideia de indústria e novas formas de fazer cidade.

— Inês Moreira e João Paulo Rapagão

Biografias

Inês Moreira (1977) é arquiteta e uma ativa curadora, editora e organizadora cultural. Investigadora de Pós-Doutoramento no Instituto de História da Arte [FCSH, NOVA] onde coordena o cluster Curating Contemporary Cultures: on architectures, territories and networks. Atual co-editora do Jornal Arquitectos, a revista da Ordem dos Arquitectos. Professora Auxiliar convidada na FBAUP, onde ensina Cultura Contemporânea e Estudos Curatoriais. Doutora em Curatorial Knowledge pelo Goldsmiths College [University of London, 2014], Mestre em Architecture and Urban Culture pelo Metropolis [UPC/CCCB, Barcelona, 2003], Licenciada em Arquitectura [FAUP, Porto, 2001]. Curadora principal da exposição permanente da Casa da Memória de Guimarães [2014-2016], programadora de Arquitectura na Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura [2010-12], coordenadora de gabinete no Instituto das Artes do Ministério da Cultura [2003-2005]. Desde 2001, foi curadora e cenógrafa de exposições em diversos países [Portugal, Espanha, França, Polónia].

João Rapagão nasce em Lisboa em 1963. Termina o Programa de Doutoramento Arquitectura Moderna y Restauracion na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de Valladolid em 1992, onde desenvolve atualmente a dissertação para Doutoramento em Arquitetura. Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa em 1988, é Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada, desde 1997, e do Departamento Autónomo de Arquitetura da Universidade do Minho, de 2002 a 2008. É Bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia em 1996 e da Fundação Calouste Gulbenkian em 1994. Preside ao Conselho Diretivo Regional do Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses e da Ordem dos Arquitectos no triénio 1996/1998. Integra o Conselho de Administração da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto entre 2000 e 2002. Integra júris em Concursos Públicos e Prémios de Arquitectura Nacionais e Regionais. Tem sido selecionado para diversas exposições em Milano, Lisboa, Frankfurt, Dessau, Salamanca, Aveiro, Porto e Coimbra. Exerce arquitetura desde 1988, principalmente estudos e projetos em monumentos nacionais e equipamentos coletivos. É editor científico e autor do Guia de Arquitetura do Porto 1942/2017 recentemente editado pela A+A Books. Quando era criança, queria ser arquiteto.

O Evento

A 4ª edição do Open House Porto abrirá portas a 65 espaços no fim de semana de 30 de junho e 1 julho de 2018.

A seleção dos espaços da responsabilidade dos comissários Inês Moreira e João Paulo Rapagão, “oferece uma oportunidade única para se descobrir e usufruir de locais singulares, novos ou antigos, prostrados no tempo, recuperados ou reconstruídos”. Nestes dois dias, “convidam-se TODOS a utilizar e explorar esta grande engrenagem que é a cidade, máquina considerada por muitos o maior invento produzido pelo Homem e pelo Tempo”.

Os participantes terão acesso a um extenso programa de visitas onde poderão ver e conhecer espaços que nem sempre são acessíveis ao público.

Para além do roteiro de visitas é ainda disponibilizado como mais-valia ao evento um programa de ações paralelas que possibilitam outras formas de observação e usufruição dos espaços: Programa Caleidoscópio.

A 4ª edição do Open House Porto é organizada e produzida em exclusivo pela Casa da Arquitectura com a Parceria Estratégica das Câmara Municipais do Porto, V.N. Gaia e Matosinhos.

Muitos outros parceiros se associam ao evento, sem os quais seria impossível oferecer este programa de visitas gratuitas ao público.

**O roteiro ficará disponível neste site entre os dias 20 a 23 de junho (após a sua apresentação em conferência de imprensa). **

Como Funcionam as Visitas

Durante um fim de semana, 30 junho e 1 de julho, o público é convidado de forma totalmente gratuita a conhecer um roteiro que envolve espaços diversos na sua tipologia e época de construção. Cada participante, poderá criar um itinerário à sua medida, explorando a arquitetura e a cidade através de um novo olhar.

Formatos de Visita

  1. Visita Livre — visita ao espaço sem acompanhamento, dentro do horário estipulado;

  2. Visita Acompanhada — visita ao espaço orientada pela equipa de voluntários Open House Porto;

  3. Visita Comentada — visita ao espaço comentada pelo autor do projeto de arquitetura ou por um especialista convidado.

Forma de Acesso às Visitas

  1. O acesso à grande maioria das visitas será SEM MARCAÇÃO, POR ORDEM DE CHEGADA.

  2. Apenas os espaços nº 12, 14, 55 e 58 exigem (total ou parcialmente) a PRÉ-MARCAÇÃO/RESERVA para as suas visitas. A reserva destas visitas ficará disponível a partir do dia 27 JUNHO, às 14h00, neste site. Para efetuar a sua reserva, deverá entrar no menu “roteiro”, selecionar o espaço pretendido e procurar pelo item “Reserva”.

Programa Caleidoscópio

Conjunto de atividades gratuitas produzidas em parceria com a CASA DA ARQUITECTURA durante o Open House Porto a decorrer em alguns locais do roteiro e que se destinam a todo o tipo de públicos. Resulta de uma vontade de apresentar outras perspetivas de exploração e ocupação dos espaços.

A informação detalhada sobre todas as atividades do Programa Caleidoscópio, locais onde se realiza e horários, ficará disponível para consulta AQUI.

Programa Plus

Programa paralelo de atividades gratuitas promovidas por entidades exteriores à CASA DA ARQUITECTURA cujo perfil e local se enquadram no Open House Porto.

A informação detalhada sobre todas as atividades do Programa Plus, locais onde se realiza e horários, ficará disponível para consulta AQUI.

Outras Informações

  1. Casa da Arquitectura organiza pela primeira vez, para a 4ª edição do Open House Porto, uma Festa de Abertura que decorrerá na próxima 6ª feira, 29 de junho, entre as 21h e as 23h, na Praça de Entrada do quarteirão Real Vinícola. Haverá uma apresentação ao público do fim de semana OHP’18 e uma Performance Dança pela Companhia Instável, seguidas de música DJ na Praça. A CA terá abertas ao público as suas instalações, incluindo a Loja da Casa. As exposições terão entrada livre. Estará também instalado um “balcão de informação” OHP’18.

  2. Em cada espaço será entregue um guia e um mapa do Open House Porto pela equipa de voluntários presente no local. Limitado ao stock existente.

  3. A frequência de visita informada em cada espaço é indicativa. Devido ao elevado número de participantes no evento e a condicionantes dos próprios espaços, a organização não se pode responsabilizar pelo seu eventual incumprimento.

  4. Estará disponível um autocarro gratuito Open House Porto para os visitantes que circularem entre os espaços de Vila Nova de Gaia. Este autocarro fará um circuito circular entre todos os pontos de visita do roteiro localizados em V. N. Gaia.

A arquitetura vai estar de portas abertas: entre e faça parte desta experiência!

Ficha Técnica

Open House Porto

Comissários:
Inês Moreira
João Paulo Rapagão
Coordenação Geral:
Carla Barros | CA
Produção:
Ana Pinto | CA
Cláudia Rosete | CA
Júlio Senra | CA
Manuel Gonçalves | CA
Apoio à Produção:
Alice Prata | CA
Alice Tavares | CA
Comunicação:
Joana de Belém | CA
José Pereira | CA
Assessoria de Imprensa:
Joana de Belém | CA
Parcerias:
Carla Barros | CA
Joana Ferreira | CA
Coordenação de Voluntariado:
Susana Gaudêncio | CA
Cláudia Rosete (assist.) | CA
Alice Marques, Diogo Veloso, Eduardo Carqueja, Gonçalo Maçães, Gonçalo Ramos, Patrícia Mano, Ricardo Meireles, Teresa Camarinha (Voluntários Coordenadores de Zona)
Tradução:
Susana Pomba
Programa Caleidoscópio:
Carla Barros | CA
Susana Gaudêncio | CA
Design de Comunicação:
Alfaiataria — Rui Silva
Website:
Letra Studio
Typefont:
Van Condensed by Ricardo Santos

Casa da Arquitectura - Centro Português de Arquitectura

Comissão Executiva:
José Manuel Dias da Fonseca, Presidente
Nuno Sampaio, Diretor Executivo
Fernando Rocha, Tesoureiro da Direção
Coordenação Financeira e de Recursos Humanos:
Soraia Lebre
Compras e Aprovisionamento:
Joana Costa
Parcerias e Gestão de Espaços:
Joana Ferreira
Secretariado Executivo:
Marta Castelo
Mafalda Costa
Coordenação dos Edifícios e Instraestruturas:
Paulo Silva
Bilhética e Apoio ao Público:
Cláudia Almeida
Débora Matouças
Liliana Taveira
Coordenação de Atividades e Conteúdos:
Carla Barros
Produção:
Ana Pinto
Alice Prata
Alice Tavares
Coordenação de Serviço Educativo:
Susana Gaudêncio
Produção e Serviço Educativo:
Cláudia Rosete
Coordenação de Arquivos e Biblioteca:
Ana Filipe
Arquivo e Gestão de Coleções:
Gilson Fernandes
Comunicação:
Joana de Belém
Imagem e Design:
José Pereira
Coordenação Loja da Casa:
Carla Sousa
Assistente Loja da Casa:
Maria Filomena Rocha
Rita Correia Pinto